2 de set. de 2008

O Poderoso Chefão

Está é, sem dúvida, uma das grandes seqüências de filmes da história do cinema, uma obra prima de Francis Ford Coppola. Estes dias peguei os três para assistir – era muito pequeno quando vi pela primeira vez, nem lembrava mais qual era o 1, o 2 e 3. Atuações primorosas: o Robert De Niro como o jovem Vito Corleone; o Marlon Brando, como Corleone já mais velho; o Al Pacino como Michael Corleone e o ainda pouco conhecido Andy Garcia, como Vincent "Vinnie" Mancini. Isso sem falar nos personagens secundários.

É até difícil escrever sobre esses filmes, de tanto à falar… A saga da família Corleone começou a ser contada pelo Mário Puzzo – que na verdade foi chamado para fazer um roteiro, que foi recusado e virou livro. O livro fez muito sucesso e o estúdio mudou de idéia e resolveu filmar. O Coppola tem um trabalho extremamente autoral, mas respeitando bastante o roteiro original (como Drácula, de Bram Stoker, The Godfather, de Mario Puzzo). E a história da máfia italiana nos Estados Unidos e seu poderio dos anos 40 em diante é muito interessante. Só isso já valeria. Os detalhes da construção do poder dos mafiosos, que remontam a vida rural na Sicília – lembra um pouco os nossos coronéis do sertão, ou não? – enriquecem a narrativa.

Os conflitos internos dos personagens são muito bem explorados – a solidão do poder, as decisões difícies tomadas em defesa deste poder, o misto de medo, ódio, admiração e respeito da família ao grande capo, enfim, está tudo lá. Uma história completa.

A fotografia é linda e a trilha sonora, então, virou um clássico. Quem não lembra da música tema, aquele tan-na-na-nam na-nam... É só escutar e vem a imagem do Brando, cabelos brancos, aquela voz rouca fazendo força para sair da garganta, os lábios caídos... Uma imagem eterna, que ultrapassou os limites do cinema e transformou-se em marca, referência absoluta. Dali pra frente, nem um filme de máfia foi mais o mesmo...

Daquelas obras para se ter em casa e assistir de vez em sempre...

Ficha técnica (básica, para os três):
Título Original: The Godfather
Gênero: Drama
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Mario Puzo e Francis Ford Coppola, baseado em livro de Mario Puzo
Produção: Francis Ford Coppola
Música: Nino Rota e Carmine Coppola
Direção de Fotografia: Gordon Willis

Sinopses:

poderoso-chefao-poster01 O Poderoso Chefão I (1972 – 171 minutos)
Em 1945, Don Corleone (Marlon Brando) é o chefe de uma mafiosa família italiana de Nova York. Ele costuma apadrinhar várias pessoas, realizando importantes favores para elas, em troca de favores futuros. Com a chegada das drogas, as famílias começam uma disputa pelo promissor mercado. Quando Corleone se recusa a facilitar a entrada dos narcóticos na cidade, não oferecendo ajuda política e policial, sua família começa a sofrer atentados para que mudem de posição. É nessa complicada época que Michael (Al Pacino), um herói de guerra nunca envolvido nos negócios da família, vê a necessidade de proteger o seu pai e tudo o que ele construiu ao longo dos anos.

poderoso-chefao-2-poster01 O Poderoso Chefão II (1974 – 200 minutos)
Início do século XX. Após a máfia local matar sua família, o jovem Vito (Robert De Niro) foge da sua cidade na Sicília e vai para a América. Já adulto em Little Italy, Vito luta para ganhar a vida (legal ou ilegalmente) para manter sua esposa e filhos. Ele mata Black Hand Fanucci (Gastone Moschin), que exigia dos comerciantes uma parte dos seus ganhos. Com a morte de Fanucci o poderio de Vito cresce muito, mas sua família (passado e presente) é o que mais importa para ele. Um legado de família que vai até os enormes negócios que nos anos 50' são controlados pelo caçula, Michael Corleone (Al Pacino). Agora baseado em Lago Tahoe, Michael planeja fazer por qualquer meio necessário incursões em Las Vegas e Havana instalando negócios ligados ao lazer, mas descobre que aliados como Hyman Roth (Lee Strasberg) estão tentando matá-lo. Crescentemente paranóico, Michael também descobre que sua ambição acabou com seu casamento com Kay (Diane Keaton) e até mesmo seu irmão Fredo (John Cazale) o traiu. Escapando de uma acusação federal, Michael concentra sua atenção para lidar com os seus inimigos.

poderoso-chefao-3-poster01 O Poderoso Chefão III (1990 – 172 – minutos)
Nova York, 1979. A Ordem de San Sebastian, um dos maiores títulos dados pela Igreja, é dada para Michael Corleone (Al Pacino), após fazer uma doação à Igreja de US$ 100 milhões, em nome da fundação Vito Corleone, da qual Mary (Sophia Coppola), sua filha, é presidenta honorária. Michael está velho, doente e divorciado, mas faz atos de redenção para tornar aceitável o nome da família Corleone. Na comemoração pelo título recebido, após 8 anos de afastamento, Michael recebe "Vinnie" Mancini (Andy Garcia), seu sobrinho, que a pedido de Connie (Talia Shire) é apresentado a Michael manifestando vontade de trabalhar com o tio. Nesta tentativa de diálogo a conversa toma um rumo hostil, pois participava também da reunião Joey Zasa (Joe Mantegna), que agora mantém o domínio de uma área outrora mantida por Don Vito Corleone, o pai de Michael. Vinnie é chefiado por Zasa, mas fala que não quer continuar, principalmente pela traição de Zasa de não reconhecer o poder de Michael. Vinnie é quase morto pelos capangas de Zasa e uma guerra pelo poder tem início. Um arcebispo da Igreja solicita a Michael US$ 600 milhões, pois resolveria o déficit da Igreja, oferecendo em troca que Michael ganhe o controle majoritário da Immobiliare, antiga e respeitável empresa européia de propriedade da Igreja. Michael concorda, mas isto deixa vários membros do clero contrariados, que não o aceitam por sua vida duvidosa.

2 comentários:

gustavo schwabe disse...

Recentemente eu comprei a caixa com os três filmes mais um disco com extras. Pra quem gosta de cinema, simplesmente obrigatório.

É difícil imaginar que um diretor que enfrentou tantos percalços durante as filmagens tenha conseguido produzir essa obra-prima. Filmes sobre a máfia existem vários. "O Padrinho" vai além:é um filme sobre a família que sonha o sonho americano.

Uma curiosidade pra quem for assistir agora: preste atenção às laranjas (uma brincadeira entre diretor e escritor).

Fábio disse...

Gus,

Depois me conta melhor essa história das laranjas...

Abração!