21 de nov. de 2008

Jogos de Poder

Este é um daqueles filmes que comporia uma série imaginária “pra entender o mundo um pouco melhor…”. Os caras reuniram um belo elenco para contar a história de como um congressista americano abraçou uma causa, a princípio, maluca e perdida, com parceiros ainda mais esdrúxulos e, quando parece que, contra todas as chances, o cara vence a batalha, aí é que está feita a m… Ah, já ia esquecendo: o filme é baseado na história real do tal congressista.

Começo falando do elenco, que reúne uma trinca de primeiro time: na ponta, o oscarizado Tom Hanks, no papel do congressista Charlie Wilson, um texano que não estava nem aí pra hora do Brasil – ou melhor, dos States. Tem também a eterna pretty woman, Julia Roberts, numa interpretação honesta de uma socialite bem relacionada nos meios políticos que abraça causas humanistas mundo afora. E, finalmente, o cara que, pra mim, é um dos maiores destaques do cinema americano dos últimos anos, Philip Seymour Hoffman, impagável interpretando um agente da CIA, que às vezes é um babaca, mas é sempre genial. Parênteses: depois vou falar sobre outros filmes com ele, também ótimos. Fecha.

Agora imagina a loucura: essa socialite convence o congressista a embarcar numa batalha para armar a população afegã, que sofre ataques constantes do exército soviético, em plena guerra fria. O cara vai atrás do que está acontecendo e descobre que a participação americana na história é ridícula. Para montar uma estratégia, recorre à CIA, que manda sua equipe especializada em Afeganistão: um agente pentelho, que estava na geladeira porque brigou com o chefe, que o expulsara de uma missão anterior. Pra fazer tudo isso funcionar, os caras ainda tem que buscar aliados como Israel e Egito. E, é claro, só funciona porque o Charlie, que adorava uma farra e conhecia como ninguém os corredores do poder, sabia operar politicamente com maestria, e acabava conquistando apoios decisivos – daquele jeitinho mesmo que a gente imagina que político opera. Fato é que deu certo e ele aumentou o orçamento destinado aos afegãos de US$ 5 milhões para mais de US$ 1 bilhão por ano.

Contando assim, pode parecer um daqueles filmes politizados, com uma história intrincada, daqueles que, se você piscar, já tem que rebobinar a vida (tem dó, né… a gente sofria com esses VHS’s) pois não vai entender mais nada. Muito pelo contrário, o filme é divertido, dinâmico, envolvente, com diálogos bem escritos e interpretações muito boas.

E, de lambuja, você ainda pode entender um pouco melhor nosso mundo hoje.

jogospoderCharlie Wilson's War
Origem-Ano:
EUA - 2007
Duração: 97 min
Direção: Mike Nichols
Roteiro: Aaron Sorkin, George Crile
Sinopse: Drama baseado na experiência do congressista texano Charlie Wilson, que, mesmo sob disfarce, passou momentos tensos no Afeganistão. Wilson estava naquele país durante a guerra contra os soviéticos e manteve relacionamento estreito com os rebeldes afegãos. Baseado no livro escrito por George Crile.

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