5 de out. de 2008

Elsa e Fred

Pegue uma belíssima história de amor - mas daquelas boas, que a gente fica torcendo pros dois ficarem juntinhos e felizes para sempre. Agora tire dela tudo o que for de convencional, brega, besta, enfim, todos os esteriótipos. Adicione muito humor, sinceridade, emoção, além de uns 60 anos de idade ao que você imaginava para os protagonistas. Coloque tudo em cenários deslumbrantes, como Madrid e Roma - aliás, Roma vestida pra festa, em dia de gala. Pronto, agora já podemos começar a falar de Elsa e Fred.

Assim como o Fred, que era um velho amargurado e ranzinza, a gente também acaba se apaixonando pela Elsa, que na flor de seus cerca de 80 anos, é espevitada, bagunceira, mentirosa, mas, acima de tudo, extremamente divertida e ainda sonhadora. Ela acaba remexendo completamente a vida do Fred, que se deixa levar por suas idéias e embarca nesta aventura romântica, quando achava que seu destino era esperar sentado a morte chegar.

Uma das coisas mais bacanas deste filme é que, apesar de explorar um tema que não é novo e é carregado de esteriótipos, o diretor consegue encontrar ângulos completamente diferentes, sem que pareçam falsos demais, e ao mesmo tempo foge de todos os lugares-comuns.

Não há como sair incólume deste filme, sem uma risada, sem uma lágrima, sem um momento de reflexão, sem os olhos brilharem ao ver a Fontana di Trevi...

Assistam ao trailler aqui.

elsa-e-fred-poster01 Título Original: Elsa y Fred
Duração: 108 minutos
Origem-Ano: Espanha – Argentina : 2005
Direção: Marcos Carnevale
Roteiro: Marcos Carnevale, Marcela Guerty e Lily Ann Martin
Produção: José Antonio Félez
Música: Lito Vitale
Fotografia: Juan Carlos Gómez
Sinopse: Uma incomum e divertida história de amor. Fred é um senhor recém viúvo e apático que vê a sua vida ser completamente transformada ao conhecer a extravagante Elsa, uma inquietante senhora com espírito jovial e aventureiro. Ela é uma mulher de 83 anos que sonha em conhecer Roma e ele é um homem de 80 anos que começa a viver a vida.

Bonecas Russas

Como toda sequência, o único problema aqui é que você assiste buscando encontrar o que tinha visto no primeiro. E como esse filme não é "Rambo" nem "X-Men", você não vai encontrar a mesma coisa. Mas, sem dúvida, é outro grande filme.

Se passa cinco anos depois do "Albergue", o protagonista virou um escritor, mas que ainda sonha em escrever suas próprias histórias. Enquanto isso, vai aceitando trabalhos que lhe pagam, mas não lhe proporcionam tanto prazer. Em um destes, volta a ter contato com uma das antigas colegas  de albergue, a inglesinha Wendy, por quem ele tinha uma queda. E a história segue, mostrando como caminhou a vida da maioria deles...

A receita básica de graça e e sensibilidade para explorar os dramas pessoais está mantida, com a mesma maestria. Com uma fotografia belíssima, a câmera passeia por cenários em Paris, Londres e São Petersburgo, com imagens deslumbrantes.

bonecas-russas-poster02-774975 Título Original: Les Poupées Russes
Duração: 125 minutos
Origem-Ano: França – Inglaterra : 2005
Direção e roteiro: Cédric Klapisch
Fotografia: Dominique Colin 
Sinopse: Agora com trinta e poucos anos, Xavier (Romain Duris) trabalha como escritor de telenovelas e jornalista free-lancer, mas sonha poder ser livre para escrever suas próprias histórias. Ele continua em contato com sua ex-namorada Martine (Audrey Tautou), agora mãe solteira. Dividido entre Wendy (Kelly Reilly), a amiga britânica, e uma modelo, Xavier conta com a ajuda de Isabelle (Cécile d

Albergue Espanhol

Depois do "Tapas", me lembrei de alguns belos filmes que tinham a Espanha como cenário. Um deles, que já se tornou clássico, é o "Albergue Espanhol" - na verdade, uma co-produção França - Espanha.

A história é bem simples: em estudante de economia recebe uma tentadora proposta de emprego na burocracia francesa, só que para isso precisa saber espanhol. Resolve entrar para um famoso programa de intercâmbio e passar um período em Barcelona. Chegando lá, a convivência com as outras pessoas e com si mesmo acabam transformando sua vida. Tá na sinopse, lá embaixo.

Ok, até aí nenhuma grande novidade. Mas o interessante está no que acontece no meio, no jeito como as coisas se desenrolam e na graça e sensibilidade que o diretor usa para mostrá-las. O cara era extremanente reprimido - pela mãe, pela namorada (ela mesmo, a Amélie), pelo trabalho, por tudo. Chega cheio de medos e totalmente inexperinente na Espanha, em uma Barcelona efervescente e, depois de um pequeno período morando com um casal francês, Xavier consegue uma vaga nessa casa, alugada por estudantes como ele, mas de várias partes do mundo. Tem holandês, alemão, inglês, belga, e por aí vai. Ai, que frase batida que vou cometer, mas vá lá: ali ele aprende não só espanhol, mas lições que transformarão sua vida... (perdoem, não resisti).

Todas as diferenças entre eles e as situções em que se envolvem são muito engraçadas, o elenco está bem legal e, como se não bastasse, o filme mostra bastante Barcelona, que está belíssima. No próximo post, falo da sequência dele, o Bonecas Russas.

 Aubergeespagnole_2002_poster Título Original: L'Aubergue Spagnole
Duração: 115 minutos
Origem-Ano: França – Espanha : 2002
Direção e roteito: Cédric Klapish
Fotografia: Dominique Colin
Sinopse: Xavier (Romain Duris) tem 25 anos e está terminando o curso de Economia. Um amigo de seu pai lhe oferece um emprego no Ministério da Fazenda, mas para assumir o posto o rapaz precisa saber a língua espanhola. Ele decide acabar seus estudos em Barcelona, para aprender a língua. Para isso vai ter que deixar Martine (Audrey Tatou), sua namorada há quatro anos. Ao chegar em Barcelona Xavier procura um apartamento no centro da cidade e acha um em que deve morar com sete estudantes, todos estrangeiros. Com eles Xavier vai descobrir a autonomia e a sexualidade e iniciar a vida adulta.

2 de out. de 2008

Tapas

Muito legal este filme. Bem despretencioso, trata do cotidiano de alguns personagens da periferia de Barcelona, que por uma razão ou outra, têm suas vidas entrelaçadas. Em resumo, como elas se relacionam com o amor, com a solidão, com a vida e com os outros.

Segue, de certa forma, o caminho dos italianos “Pão e Tulipas” e “Ágata e a Tempestade”, com a diferença que estes têm focos mais bem definidos – a mulher, separações, enfim.

Mas o filme não deixa nada a desejar, é divertimento da melhor qualidade – um pouco de comédia, um pouco de tragédia, e o dia-a-dia correndo no meio. Como a vida…

Título Original: Tapas
Duração: 94 minutos
Origem-Ano: Espanha : 2005
Site Oficial: www.tapaslapelicula.com
Direção e roteiro: José Corbacho e Juan Cruz
Fotografia: Guillermo Canillo 
tapas-poster01 Sinopse: Cinco histórias se entrelaçam no bairro de uma grande cidade. Cinco mundos são vistos pelo cotidiano das ruas, do bar, das lojas e do mercado, que mostram as inquietações e esperanças de cada indivíduo. Mariano (Alberto de Mendoza) e Conchi (Maria Galiana) são dois aposentados que temem  a solidão e as enfermidades. Raquel (Elvira Mínguez), uma mulher de meia-idade, vive um caso de amor pela internet. César (Rubén Ochandiano) e Opo (Darío Paso) são dois jovens de futuro incerto, que trabalham no supermercado e planejam juntos suas férias. Lolo (Ángel de Andrés López) é dono de um bar e tem sua vida mudada a partir de sua relação com Mao (Alberto Jo Lee), o novo cozinheiro. Em cada uma dessas histórias há segredos e responsabilidades a assumir.